quarta-feira, outubro 19, 2005

Sonho ou Pesadelo

Cheguei a casa, e como o dia não estava bonito, lancei apenas um olhar distraído à janela.
Não via mais que nuvens escuras.
Uma aborrecida sonolência me foi dominando.
Na verdade, não estava no céu, pensava coisas da terra.
Senti prazer em pensar que agora não haveria mais nada, que não seria mais preciso sentir, nem reagir, nem me torturar; que todas as coisas e criaturas que tinham poder sobre mim e mandavam na minha alegria ou na minha tristeza haviam-se apagado e dissolvido naquele mundo de nevoeiro.
De repente veio-me uma saudade imensa da luz, da beleza humana, da vida.
O sono era uma coisa escura, sem graça, sem a delicadeza e o calor da vida, toda a fascinação da vida tomou conta de mim, uma tão profunda delícia e gosto de acordar, uma tão ardente e comovida saudade.
Não podia continuar a dormir.
Mas olhando novamente pela janela, vi apenas um manto de neblina com o sol a querer furar.
Senti-me uma estranha dentro de um sonho que não era meu.
Terei tido um sonho ou um pesadelo?

quarta-feira, outubro 12, 2005

Até Logo

Está a chover e o céu esta carregado de nuvens
Hoje não te consigo ver, não encontro a tua estrela no céu
Até logo….Até depois….
Fica sempre em aberto, tal como se se disser….
Até quando Deus quiser

sábado, outubro 08, 2005

Conversas

Estava muito bem a almoçar numa esplanada no Cais do Sodré a aproveitar os meus últimos momentos de férias, quando ao meu lado sentou-se uma tia toda chiquetérrima com o seu respectivo acompanhante, e mantinham uma conversa que mesmo que eu quisesse, não pude deixar de ouvir.

Tema 1 – Jóias
- “Querido, sabe, não preciso de comprar mais jóias, já tenho tantas de família que nem sei o que fazer com elas.”

Tema 2 – Cruzeiro na Florida
- “Querido, sabe, quando fui fazer o cruzeiro na Florida, o comandante atirou-se a mim...
Sei lá…
Não sei o que lhe diga, querido…
Mas aproveitei…
Mandei-lhe duas grandes (…) valentes.”

Eu não queria acreditar no que os meus ouvidos tinham acabado de ouvir.
Duas que (…)?
Olhei para o meu lado direito e vi a expressão muito descontraída da tal tia.
Tenho que dizer que a dita senhora aparentava ter cerca de 40(s) e muitos anos, fruto de uma geração que muito me surpreende que tratem o sexo desta maneira, que banalizem tal acto.
Sim, o sexo é bom, mas deve ser tratado com respeito por nós próprios, respeito pelos outros e respeito pelo prazer.

Depois fui jantar a um restaurante japonês fabuloso no Bairro Alto, ponto de partida para uma noite que já não vivia de forma tão intensa desde os meus tempos de IST.
Para terminar a noite e como estávamos cheios de fome, paramos numa estação de serviço perto de casa.
Pedi uma caixa com 4 donuts – Respondeu-me o empregado:
- “Não temos embalagens com 4 donuts, só com 4 + 1 de oferta – Serve?”

Estranho seria se ele me dissesse:

- “Não temos embalagens com 4 donuts, só com 4 - 1 de oferta – Serve?”

Hoje Sábado.
Foi dormir até o corpo deixar…, acordei e voltei para a Santa Terra.

quarta-feira, outubro 05, 2005

É preciso ver para crer

Porque estamos numa altura de mudanças, fui mais uma vez dar apoio ao meu partido (…) numa caravana pelo meu concelho (…), fiquei a conhecer recantos da minha terra que não imaginava que existissem, vi o olhar de um povo que anseia por uma vida melhor, ouvi gracejos, vi e ouvi tristezas.
Vi um povo que tem sido empurrado, por culpa duma politica irresponsável para essas mesmas tristezas, isto porque as próprias equipas autárquicas devem integrar as pessoas que melhor sirvam e não as que melhor se sirvam do concelho.
É preciso ter coragem para mudar e não viver no comodismo de pensar que os novos podem ser piores que os que já lá estão. É preciso ver para crer.

Desabafo

Palavras que na ignorância de não saber de onde vinham, não deixei que as dissessem. Será que ainda posso ouvir essas palavras?Olhos nos olhos, a incerteza de achar que se pode viver uma certeza.Será que ainda posso ter a certeza desse olhar?

segunda-feira, outubro 03, 2005




Cabo Verde

Pela memória ficaram a magestosidade das montanhas e o encanto de vales, verdadeiros oásis numa paisagem predominantemente seca.

Um dia, hei-de voltar a Cabo Verde.