Queria falar-te da alegria, mas chorei;

Queria falar-te da coragem, mas tive medo;

Queria falar-te das flores, mas não tenho jardim;

Queria falar-te de mim, mas tu não existes;

Queria falar-te, apenas…

São para ti as palavras do meu silêncio.

As minhas confissões;

Os meus segredos;

Os meus sonhos;

As minhas alegrias;


Nada te perguntarei;
Nada te pedirei;

Apenas esperarei;
Que um dia, talvez;

Consigas ler cada palavra que escrevi.

Vem ter comigo esta noite;
Viverei cada momento sem exigir nada em troca.

Beijar-te-ei sem te pedir um único beijo;
Tocar-te-ei sem esperar ser tocada por ti.

Não terás mãos para me tocar;
Nem lábios para me beijar;
Nem língua para encontrar a minha.

Verás em mim todas as mulheres;
Sentirás em mim todos os corpos;
Ouvirás de mim todas as vozes.

Serei tua quando quisermos.

Os dias passam livres e calmos;

As noites aquecem meu coração;

O corpo balança ao compasso do mar;

Agora sei quando estou de chegada ou de partida;

Sei calar meus lábios e imobilizar meus gestos;

Deixo-me ir e já não me apetece voltar.

Mar

Embalarei nas tuas ondas;
Adormecerei e despertarei contigo;
Sentirei o teu toque,
Como uma suave carícia.

Sorrirei para as tuas estrelas;
Desenharei a tua lua;
Tatuarei a tua alma em minha pele.

Segredarei os meus sorrisos e as minhas lágrimas;
E ouvir-te-ei silenciosa…

(Desta vez vou mesmo de férias, bem preciso.)

Tocam-se

Tocam-se os sentidos;
De dois corpos.

Entregam-se em prazer;
Suave aroma, em cada instante sentido.

Em cada abraço, um beijo um imenso desejo;
Não há pecado nem receios.

Um corpo no outro adormece;
Até ao amanhecer.