Rio

Hoje olhei para aquele rio como nunca;

Ali, onde a terra se afunda numa depressão grandiosa;

E aceita as águas caídas do céu.

Parecia que andava mais depressa do que o habitual;

Perdido, errante.

Mas também suave, doce, generoso;

Teimoso…

Teimava em querer mudar de direcção.

Mas a natureza era mais forte do que a sua força;

E lá seguia…

Rompendo a estrada talhada.

Perco-me em nós.

Perco-me na imensidão do teu sorriso;

No encanto da tua voz;

Nas palavras saltitantes do desejo;

Nos momentos em que reinventamos os sabores;

No toque das nossas mãos;

Perco-me em nós.

A nossa casa é um espaço físico onde guardamos a nossa solidão.

Há dias assim

Há dias em que a casa parece tão grande por estar tão vazia de ti;
Há dias em que o tempo parece voltar atrás;
Há dias em que as recordações parecem ganhar vida;
Há dias em que as horas parecem não ter fim.

Há dias em que a alma parece querer sair de dentro do corpo e ir em tua direcção;
Há dias em que o corpo parece que não quer viver sem ti;
Há dias que deveriam ser vividos junto a ti;
Há dias que já não voltam mais.
Há dias assim...

Mais que mil palavras…

Mais que uma forma
Mais que um desabafo
Mais que mil palavras…

É o AMOR

É a vontade de voltar a sonhar
É a vontade de afastar os monstros que me assombram

Tiras-me do escuro
Como és perfeito!

Eles temem-te

E eu deixo, de me sentir insegura

És a liberdade…

Quero-te agora
Olhar-te nos olhos
E com eles dizer, AMO-TE

Será apenas, o meu coração a falar alto